7 problemas na representatividade gay/lésbica

Esse é o primeiro post de quatro sobre alguns problemas que me irritam quando se trata de representatividade LGBT+ porque apesar de estamos mais na mídias não significam que já está tudo perfeito. O primeiro post vai falar alguns problemas quando se trata de personagens homossexuais. Muito desses são tropes que podem ser usados de uma forma a não reforçar ideias negativas sobre a comunidade.
01.O Gay Afeminado/A Lésbica Masculina
O Gay Afeminado é o aquele personagem que provavelmente vai saber tudo sobre moda, maquiagem, talvez se vestirá de uma forma feminina, também terá algum maneirismo super feminino, esse trope muita vezes se junta com O melhor amigo gay que sempre dá dicas para sua amiga mulher sobre moda, meninos e outros assuntos.

A Lésbica Masculina terá um cabelo curto, vai ter um estilo com calça jeans, blusas xadrez ou qualquer outra coisa que seja bem masculina. Há uma grande chance dessa mulher odiar a raça masculina.

O grande problema desse trope e que, na maioria das vezes, os personagens só são isso e/ou são usados para ser a piada (como em A Praça é Nossa onde já tiveram vários personagens super feminino é a piada era o fato que ele era feminino). Ou no caso das lésbicas, em especial as que odeiam a raça masculina, reforça a ideia que elas são amargas.

É muito importante vemos esse tipo de personagem, já que ambos têm uma tendência maior de sofrer homofobia, mas ele precisam ser personagens bem desenvolvidos primeiro.

Exemplos Ruins:
  • Kevin Keller de Riverdale (Cheryl faz lampshading, o ato de colocar na luz algum problema que o show tem, sobre isso na primeira temporada, mas isso  não muda o fato de que ele continua assim. E nos quadrinhos ele é um personagem bem mais resolvidos)
  • Yara Greyjoy de Game Of Thrones (Ela também se encaixa no estereótipo de mulher masculinizada badass).
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Exemplos Bons:
  • Tristan Milligan em Degrassi: Next Class (ele é bem feminino, mas, é um personagem bem desenvolvido).
  • Big Boo em Orange is The New Black
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02. Lésbica só no pornô
Se você procurar a palavra lésbica no Google, você recebe uma enxurrada de sites/vídeos de pornô lésbico, normalmente visado para homens, reforçando a ideia machista e estúpida de que uma mulher não teria como ser completa sem um homem. Uma coisa que Lionel de Dear White People zoa na segunda temporada e no trailer com a frase “Você quer dizer duas mulheres afim uma da outra que não seja para o benefício do homem hetéro?”.

03. O cara/mulher hetéro certinha.
Sabe do que estou falando o personagem tem uma esposa/marido, uma vida boa e obviamente segue totalmente as regras de gênero, ou seja, o homem é bem masculino e a mulher bem feminina até o cara gay/mulher lésbica, normalmente quando é um romance a mulher é um mistério, e revirar sua vida de cabeça de baixo. Nessas histórias quase nunca é considerado a bissexualidade e outra coisa que me irrita é o fato de que o personagem sempre ser tão certinho até o gay chegar, dando uma ideia que as pessoas gays querem “corromper os héteros”. A maioria das comédias românticas lésbicas é envolta desse trope.

Exemplos Ruins:
  • Rachel em Imagine Eu e Você
  • Kay em Queda Livre
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Exemplos Bons:
  • Megan em But I’m Cheerleader
  • Miles Hollingsworth III em Degrassi
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04. O casal ainda é masculino/feminino
E por falar em romance homossexual, vamos falar de heteronormatividade. Já notou como na maioria das vezes o casal gay sempre vai ter um mais feminino e outro masculino (Algo que Modern Family, já que apesar de Cameron ser mais dramático, tanto ele quanto Mitchell tem trejeitos bem femininos) o que reforça a ideias de gêneros e ajudar as perguntas estúpidas como “Quem é o homem/mulher da relação?”.

Exemplos Ruins:
  • Megan e Hillary em But I’m Cheerleader
  • Kurt e Blaine em Glee
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Exemplos Bons:
  • Zoe Rivas e Rasha Zuabi em Degrassi: Next Class
  • Cameron e Mitchell em Modern Family
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05. Princípio Gayfette
Esses é um dos que mais me irrita. Princípio Gayfette é a versão gay do Princípio Smurfette, no qual só existe uma mulher num cast de homens, nesse caso vai normalmente existe só um personagem LGBT+ ou no máximo dois e eles vão namorar. Outra coisa que normalmente é que os personagens gays nessas histórias tem namorados que se projetam no ar.
Porque esse trope me irrita: É muito raro que um pessoa só ande com pessoas héteros (nós temos uma tendência de andar em grupos), reforça a ideia que só porque a pessoa gay, ela vai ficar com qualquer pessoa gay, e acaba focando só no romance.

Exemplos Ruins:
  • Courtney de 13 Reasons Why (Ela se assume e dois minutos depois já tem uma garota olhando para ela)
  • Qualquer novela brasileira
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Exemplos Bons:
  • Bruno e Oliver de Merlí (É ótimo exemplo de amizade entre personagens gays)
  • Ninguém Nasce Herói do Eric Novello (Uma das poucas histórias em que todos seus personagens principais são LGBT+ ou minorias)
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06. O cara/a menina se apaixona pela menina/menino gay
Esse me irrita porque para mim é a mesma coisa do personagem super inteligente escrevendo na janela (algo que acontece só nos filmes) e muitas vezes os personagens gay são secundários e o foco é no personagem hétero que nunca vai ter sua crush respondida.

Exemplos Ruins:
  • A Razão do Meu Afeto
  • Gigli
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Exemplos Bons:
  • G.B.F
  • Will e Grace
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07. Beijos, só para casais héteros.
E o trope But Not Too Gay que é quando casais homossexuais demonstram menos afeto do que casais héteros. Exemplo disso é Modern Family e Glee.

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E você lembra de mais um exemplo de um trope que não gosta? Comentem e compartilhe para ajuda o blog. E venha ver semana que vem o post sobre os problemas na representação bissexual/pansexual.




















































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